segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Talvez o mundo
Não seja pequeno
Nem seja a vida
Um fato consumado
Quero inventar
O meu próprio pecado
Quero morrer
Do meu próprio veneno
Quero perder de vez
Tua cabeça
Minha cabeça
Perder teu juízo
Quero cheirar fumaça
De óleo diesel
Me embriagar
Até que alguém me esqueça"

[Chico Buarque]

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O português daquele lado
tem um jeito mestiço
despudorado
sambista.

Tem Vinicius Jobim Chico Caetano e Bethânia
Tem pouca vergonha
Tem delírio e violão.

E as palavras são todas ditas.

Ninguém fala estrangeiro
mas a gente se comunica.

Por isso que se lixe o acordo
e o Antônio que continue escrevendo
no mesmo tom
abrasileirado
sujo
gostoso.

domingo, 20 de junho de 2010

Fujo mais cedo.

Deixo os meus bilhetes
as saudades debaixo de cada porta
e vou.

É uma tortura dizer adeus.

Não serei eu a entregar abraços
olhar olhos nervosos
e largar até jás mentirosos.

Tudo tão frágil.
Não. Perde-se demasiado ficando.

Por isso fujo mais cedo.
Como posso.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Quando pensei que ias soltar mais uma das tuas barbaridades
dizes-me:

"I'm the one who put the rock n roll in your life"

A última das verdades universais.

sábado, 22 de maio de 2010

Acordei com ideias de fazer uma revolução

navegar navegar


Pegar nos cravos nas bandeiras e no jeito

e fazer tudo outra vez.


Vemo-nos no Carmo

um dia destes.

terça-feira, 30 de março de 2010

Anda cá
vou fazer-te
uma canção.

A guitarra está aí
e não precisamos de flores nem lua
(patetices)

Anda cá
ouve-me desafinar
e não te rias.

Este bocadinho
cheio de dois acordes
licor
e um beijo

é toda a arte que posso
esta noite.

Anda cá.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Não será nossa
A Balada da Inocência.

Viemos nus e desfeitos
encravados em dor
entre fúrias

E atacámo-nos.
Sem choro
Sem riso
Sem grito

descontroladamente sem nada

até nos esgotarmos
até sermos outros.

Nunca será nossa
A Balada da Inocência.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Quero esconder o que não te digo
num poema
assim, cantado à primeira
num post-it sem rimas.
Disparatado.


que este poema
é o nosso
e não quer palavras.

Como tu sabes.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sem paciência para lirismos.

Quero o teu ar desleixado
o fumo que trazes
roubar-te as mãos dos bolsos

Fazer-te ficar
longe de onde és inatingível
Aqui.

Perder-me de vez.